sexta-feira, janeiro 20, 2006

A Fábula da Rata

Estava uma rata preparando-se para comer uma mosca, quando um mocho que observava a cena disse:
- "Rata, não comas já a mosca! Espera que a abelha a coma, depois tu comes a abelha. Ficarás melhor alimentada." Então a abelha comeu a mosca. A rata preparou-se, então, para comer a abelha, mas o mocho interrompeu-a novamente:
- "Rata, não comas a abelha, ela vai ficar presa na teia da aranha e a aranha vai comê-la, então tu comes a aranha e ficarás melhor alimentada. "A rata de novo esperou. A abelha levantou voo, caiu na teia da aranha, veioa aranha e comeu-a. A rata preparou-se para saltar sobre a aranha, mas, de novo, o mocho interveio:
- "Rata, não sejas precipitada! Há-de vir o pássaro que comerá a aranha, que comeu a abelha, que comeu a mosca. Comerás o pássaro e ficarás melhor alimentada." A rata, reconhecendo os bons conselhos do mocho, aguardou. Logo após, chegou o pássaro que comeu a aranha. Entretanto, começou a chover, e a rata, ao atirar-se sobre o pássaro para o comer, escorregou e caiu numa poça de água.

Moral da história: Quanto mais duraram os preliminares, mais molhada ficou a rata.


sexta-feira, janeiro 06, 2006

Era uma vez na América...



Em Brooklyn, Nova Iorque, Chush é uma escola que se dedica ao ensino de crianças especiais. Algumas crianças ali permanecem por toda a vida escolar, enquanto outras podem ser encaminhadas para escolas comuns.
Num jantar de beneficência de Chush, o pai de uma criança fez um discurso que nunca mais seria esquecido pelos que ali estavam presentes.
Depois de elogiar a escola e seu dedicado pessoal, perguntou: "Onde está a perfeição no meu filho Pedro, se tudo o que DEUS faz é feito com perfeição? Meu filho não pode entender as coisas como outras crianças entendem. Meu filho não se pode lembrar de factos e números como as outras crianças. Então, onde está a perfeição de Deus?"
Todos ficaram chocados com a pergunta e com o sofrimento daquele pai, mas ele continuou: "Acredito que quando Deus traz uma criança especial ao mundo, a perfeição que Ele busca está no modo como as pessoas reagem diante desta criança.
Então ele contou a seguinte história sobre o seu filho Pedro: "Uma tarde, Pedro e eu caminhávamos pelo parque onde alguns meninos que o conheciam, estavam jogando beisebol. Pedro perguntou-me:
- Pai, você acha que eles me deixariam jogar?
Eu sabia das limitações do meu filho e que a maioria dos meninos não o queria na equipa. Mas entendi que se Pedro pudesse jogar com eles, isto lhe daria uma confortável sensação de participação. Aproximei-me de um dos meninos no campo e perguntei-lhe se Pedro poderia jogar. O menino deu uma olhada ao redor, buscando a aprovação de seus companheiros da equipa e mesmo não conseguindo nenhuma aprovação, ele assumiu a responsabilidade e disse:
- Nós estamos perdendo por seis rodadas e o jogo está na oitava. Acho que ele pode entrar na nossa equipa e tentaremos colocá-lo para bater até a nona rodada.
Fiquei admirado quando Pedro abriu um grande sorriso ao ouvir a resposta do menino. Pediram então que ele calçasse a luva e fosse para o campo jogar. No final da oitava rodada, a equipa de Pedro marcou alguns pontos, mas ainda estava perdendo pôr três. No final da nona rodada, a equipa de Pedro marcou novamente e agora com dois fora e as bases com potencial para a rodada decisiva, Pedro foi escalado para continuar.
Uma questão, porém, veio à minha mente: a equipa deixaria Pedro, de facto, rebater nesta circunstância e deitar fora a possibilidade de ganhar o jogo?
Surpreendentemente, foi dado o bastão a Pedro. Todo o mundo sabia que isto seria quase impossível, porque ele nem mesmo sabia segurar o bastão. Porém, quando Pedro tomou posição, o lançador se moveu alguns passos para arremessar a bola de maneira que Pedro pudesse ao menos rebater. Foi feito o primeiro arremesso e Pedro balançou desajeitadamente e perdeu. Um dos companheiros da equipa de Pedro foi até ele e juntos seguraram o bastão e encararam o lançador. O lançador deu novamente alguns passos para lançar a bola suavemente para Pedro. Quando veio o lance, Pedro e o seu companheiro da equipa balançaram o bastão e juntos rebateram a lenta bola do lançador. O lançador apanhou a suave bola e poderia tê-la lançado facilmente ao primeiro homem da base, Pedro estaria fora e isso teria terminado o jogo.
Ao invés disso, o lançador pegou a bola e lançou-a em uma curva, longa e alta para o campo, distante do alcance do primeiro homem da base. Então todo o mundo começou a gritar:
- Pedro, corre para a primeira base. Corre para a primeira. Nunca na sua vida ele tinha corrido... Mas saiu disparado para a linha de base, com os olhos arregalados e assustado.
Até que ele alcançasse a primeira base, o jogador da direita teve a posse da bola. Ele poderia ter lançado a bola ao segundo homem da base, o que colocaria Pedro fora de jogo, pois ele ainda estava correndo.
Mas o jogador entendeu quais eram as intenções do lançador, assim, lançou a bola alta e distante, acima da cabeça do terceiro homem da base. Todo o mundo gritou:
- Corre para a segunda, corre para a segunda base. Pedro correu para a segunda base, enquanto os jogadores à frente dele circulavam deliberadamente para a base principal. Quando Pedro alcançou a segunda base, a curta parada adversária colocou-o na direcção de terceira base e todos gritaram:
- Corre para a terceira.Quando Pedro contornou a terceira base, os meninos de ambas as equipas correram atrás dele gritando:
- Pedro, corre para a base principal. Pedro correu para a base principal, pisou nela e todos os 18 meninos o ergueram nos ombros fazendo dele o herói, como se ele tivesse vencido o campeonato e ganhado o jogo para a equipa dele.
"Naquele dia," disse o pai, com lágrimas caindo sobre face, "aqueles 18 meninos alcançaram a Perfeição de Deus. Eu nunca tinha visto um sorriso tão lindo no rosto do meu filho!"

Era uma vez na América...

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Um pensamento para hoje

Temos horror às situações cujo controlo não está nas nossas mãos. A verdade, porém, é esta: as situações que realmente nos fazem crescer são precisamente aquelas que não comandamos.
(Jacques Philippe)

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Leves angústias

Hoje é uma estranha quarta-feira. As horas passam por mim e deixam marcas. Parecem os segundos do pequeno ponteiro que vincam presença com ténues ferroadas.Ao longo do dia foram várias as vezes em que senti o bater das horas no peito. Há quem lhes chame palpitações, eu chamo-lhe Angústias!Angústias por saber que o tempo passa e, nem por isso, tudo se resolve.Angústias porque, apesar de me convencer de que Voltaire tinha razão, custa, ainda assim, ver que tudo tem o seu tempo e que o tempo de tudo nem sempre é igual ao meu e que, mesmo sabendo que não vou encontrar um mundo fantástico, o mundo novo que se avizinha pode estar longe de me tornar melhor.Angústias porque sei que o velho e polémico mestre Chapplin tinha sabedoria nas palavras quando nos alertava para a fugacidade do teatro da vida. Afinal a Vida é mesmo "uma peça de teatro que não permite ensaios" já então ele nos mandava cantar, chorar, dançar, rir e viver intensamente "antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".Hoje é uma estranha quarta-feira. Os aplausos não se ouvem. Apenas ouço o bater do meu coração lá longe... junto ao estômago!